
Um bando de japoneses (e eu te devolvo a pergunta, Tas: para bem ou para o mal, que água eles bebem?) que se bandearam pro free jazz numa pancada só. Arrisco duas palavras: Freenetic Jazz. Veja bem, não é um rótulo, como Nu Jazz. Pra uma trupe de Tóquio que se conheceu em baladas, tem influências latinas e contam no quadro de integrantes com um agitador, isto é, diferente de vocalista, um rótulo é no máximo um detalhe nas suas roupas extravagantes — de fazer inveja ao Também Sou Hype.
Soil & "Pimp" Sessions já espanta pelo nome. Só consigo enxergar algum significado para Sessions. As canções pairam numa intuitividade que fica entre o aleatório e o caótico. Um, por sabermos as forças que impulsionam os improvisos, advindos de marcações de tempo perdidas no espaço (ou na tempestade, vide Storm); o outro, por nem imaginarmos onde tudo aquilo vai dar, como em Fantastic Planet, que bate num consistente hard bop de Nova Orleãs até cair numa boate em alguma ilha do caribe, tocando salsa ou rumba.

No caso do álbum Planet Pimp, a produção teve o trunfo de usar dosadamente efeitos eletrônicos, como se pode ouvir em Go Next! e The World Is Filled by... . A precaução afasta as canções de um fusion forçado ou ultrapassado. É apenas mais um artifício pra empolgação dos japoneses. Nessa loucura, por vezes eles mesmos se perdem: os arranjos quebram a harmonia ou ocorre tal grandiloquência que vira gritaria. E na hora da calmaria — a última faixa, Sorrow — não fazem mais do que um lounge bem xôxo.
O que interessa é que já carrego no bolso e parei de usar escondido. Não obstante, tô falando pra todo mundo aqui. Escute no último volume, mas depois não deixe sua mãe pensar que foi influência minha.
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